De acordo com a norma culta, a pronúncia do vocábulo “gratuito” é “gratúito”, com a acentuação tônica na vogal ‘u’ do ditongo ‘ui’ – e não “gratuíto”. O mesmo vale para palavras como “intuito”, “fluido”, “circuito”, dentre outras.
No entanto, muito por conta de sua enorme extensão territorial, o Brasil apresenta as chamadas variações linguísticas – que, basicamente, são os casos em que falantes insistem em pronúncias diferentes para determinadas palavras. Condená-los como ‘errados’, sem problematizar e compreender a causa do fenômeno, é muito fácil. Para não entrar na discussão de ‘certo x errado’, o mais adequado é que a alternativa seja aceitável e compreensível ao receptor, no mais as variações vão sempre existir.
O dicionário Houaiss, por exemplo, aponta que a pronúncia popular ‘gratuíto’ é um sinal de hipercorreção, ou seja, o desejo do falante inseguro de ‘falar bonito’, o que acaba levando-o a julgar errado formas corretas, segundo a norma culta.
O mais certo é que a ortoépia – estudo da pronúncia e acentuação correta – é um campo minado cheio de armadilhas.