Como o próprio nome indica, o período composto por subordinação é constituído por mais de uma oração e, por conseguinte, se está relacionado à subordinação, uma das orações é subordinada, ou seja, existe uma relação de dependência entre as orações.
A oração principal é sempre incompleta – alguma função sintática está em falta. Sendo assim, as orações subordinadas do período exercem a função sintática que está faltando: sujeito, predicado, objeto direto/indireto, complemento nominal, predicativo, etc.
– Tal dependência é revelada pela função sintática que um definido termo de uma oração desempenha sobre a outra.
Ex.: A garota gostava / de que todos reparassem nela.
Oração principal: A garota gostava
Oração subordinada: de que todos reparassem nela
A oração principal está incompleta, uma vez que falta objeto indireto para o verbo (quem gosta, gosta de algo/alguém). Deste modo, a oração subordinada exerce a função de objeto indireto da principal.
Considerando-se a função que desempenham, as orações subordinadas se agrupam em subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais.
Orações subordinadas substantivas
São aquelas que possuem valor de substantivo e exercem, em relação à oração principal, a função de sujeito, objeto direto/indireto, predicativo, complemento nominal e aposto. Quando a oração é substantiva, ela quase sempre pode ser substituída por um substantivo ou por um pronome substantivo, como ‘isto’, ‘isso’, ‘aquilo’. Exemplo:
- Peça-lhe que me traga açúcar. Peça-lhe isso.
As orações substantivas são normalmente introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes ‘que’ e ‘se’. Podem também, em alguns casos, ser introduzidas por um pronome indefinido, por um pronome ou advérbio interrogativo ou exclamativo. Exemplo:
- Não sabemos quem/por que/como/quando/onde/(por) quanto vendeu sua bicicleta seminova.
A oração substantiva pode desempenhar no período as mesmas funções que o substantivo pode exercer nas orações: sujeito, objeto direto/indireto, predicativo, complemento nominal e aposto. Assim, de acordo com a função, recebe as seguintes denominações: subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal e apositiva.
Subjetiva
Exerce a função de sujeito da oração de que depende ou em que se insere.
- Consta que as contas de água e luz já foram pagas. (or. subord. substantiva subjetiva)
Certos verbos e certas expressões comumente têm por sujeito uma oração subordinada substantiva. São, entre outros:
- acontecer, constar, importar, cumprir, ocorrer, urgir, parecer, suceder, quando empregado na 3ª pessoa do singular;
- conta-se, sabe-se, ficou provado, é sabido, expressões na voz passiva;
- é claro, é bom, parece certo, está visto, expressões constituídas por um verbo de ligação acompanhado de predicativo.
Objetiva direta
Exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
- Achamos que você deve partir imediatamente. (or. subord. substantiva objetiva direta)
Objetiva indireta
Exerce a função de objeto indireto do verbo da oração principal.
- Convenceu-o de que o trabalho era fácil. (or. subord. substantiva objetiva indireta)
Predicativa
Exerce a função de predicativo de um termo que é sujeito da oração principal.
- O problema é que o prazo para as inscrições já terminou. (or. subord. substantiva predicativa)
Completiva nominal
Exerce a função de complemento nominal de um substantivo ou adjetivo da oração principal.
- Estava convicto de que ele era inocente. (or. subord. substantiva completiva nominal)
Apositiva
Exerce a função de aposto de um nome da oração principal. Frequentemente é precedida por dois-pontos e, às vezes, pode vir entre vírgulas.
- Dei-lhe um conselho: (que) não se importe com a opinião alheia. (or. subord. substantiva apositiva)
Orações subordinadas adjetivas
São aquelas que possuem valor de adjetivo, pois cumprem o papel de determinar um substantivo (nome ou pronome) antecedente. As orações subordinadas adjetivas são introduzidas pelos pronomes relativos que, quem, onde, cujo (cuja, cujos, cujas), o qual (a qual, os quais, as quais).
Para reconhecer um pronome relativo e, portanto, uma oração subordinada adjetiva, procure trocar o pronome relativo que introduz a oração por o(a) qual, os(as) quais, regidos ou não por preposição. O emprego desse artifício só não é possível com o conectivo cujo e suas variantes. Entretanto, cujo é sempre pronome relativo. Exemplo:
- Compre uma camiseta que sua filha vai herdar – Compre uma camiseta a qual sua filha vai herdar.
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
- Restritivas – são as que delimitam, restringem ou particularizam o sentido de um nome (substantivo ou pronome) antecedente. Na escrita, ligam-se ao antecedente diretamente, sem vírgulas.
- Explicativas – São as que acrescentam ao antecedente uma informação que já é de conhecimento do interlocutor, assim, generalizam ou universalizam o sentido do antecedente. Na escrita, vêm entre vírgulas.
Os alunos que têm dificuldade em leitura (or. subord. adjetiva) terão aulas extras aos sábados.
Os alunos, que têm dificuldade em leitura, terão aulas aos sábados.
Orações subordinadas adverbiais
São aquelas que possuem valor de advérbio (ou de locução adverbial) e exerce, em relação ao verbo da oração principal, a função de adjunto adverbial. As orações adverbiais se relacionam com a oração principal exprimindo diversos valores semânticos: causa, condição, comparação, concessão, conformidade, consequência, finalidade, tempo, proporção.
Exemplos:
- Irei à praia logo cedo, se não chover. (condicional)
- Não percebeu nada, embora estivesse atento. (concessiva)
- Trabalha como um condenado. (comparativa)