Os verbos defectivos são todos aqueles que, em sua conjugação, não apresentam todos os modos, tempos e pessoas – como acontece com os verbos reaver, colorir, demolir, etc. Podem ser conjugados apenas nas formas cuja vogal tônica continua fora do radical e não devem ser confundidos com os verbos unipessoais e os impessoais, que são usados apenas nas terceiras pessoas. Não existem razões morfológicas (estruturais) para a defectividade (defeituoso, que falta alguma coisa) de um verbo; ela acontece em razão do uso e da norma vigentes em determinados momentos da história da língua. A maioria dos verbos defectivos são encontrados na 3ª conjugação (quando o infinitivo termina em -ir).
Na maioria das vezes, o desuso de uma forma gramatical é motivado pela cacofonia (pronúncia desagradável) ou por conta de possíveis confusões com a conjugação de outro verbo, de uso mais constante. Há ainda a possibilidade do verbo defectivo desenvolver uma conotação pejorativa.
-Exemplo: os verbos ‘falar’ e ‘falir’ na 1ª pessoa do indicativo ficariam do mesmo modo ‘falo’. Sendo assim, apenas o verbo ‘falar’ tem a forma conjugada na 1ª pessoa do singular do indicativo.
Em contrapartida, o critério da eufonia (som agradável) não é uma unanimidade entre os gramáticos, levando em conta que a ideia de ser ou não ‘bom ao ouvido’ costuma ser uma questão de gosto pessoal.
São exemplos de verbos defectivos: doer, abolir, colorir, explodir, adequar, ruir, puir, feder, esculpir, retorquir, reaver, soer, banir, falir, exaurir, extorquir, aturdir, retorquir, delir, etc.
Estes verbos, na maioria dos casos, são conjugados somente na primeira e segunda pessoa do plural do indicativo, na segunda pessoa do plural do imperativo e não possuem formas no presente do subjuntivo. No entanto, os modos de se conjugar os verbos depende muito de quem fala e, portanto, pode sofrer alterações, conforme os falantes comecem a fazer uso de determinada forma – um verbo definido como defectivo, não significa dizer que será assim por todo o tempo.