O modernismo é um movimento artístico, literário e cultural que começou no final do século XIX para quebrar os paradigmas das artes clássicas e tradicionais e dar aos autores e artistas liberdade de experimentar novas estéticas, sensações e formas de ver o mundo. O movimento ficou bastante conhecido pelas pinturas que fugiam completamente de nossa realidade visível e até mesmo fugia da realidade por completo. O cubismo, surrealismo, expressionismo, futurismo, são todos fragmentos desse movimento modernista.
O modernismo, porém, não ficou apenas nas artes plasticas, a literatura modernista ganhou bastante força com o simbolismo, que era uma oposição aos movimentos romântico, naturalista e positivista. A literatura moderna também é bastante caracterizada pelos textos e/ou poesias futuristas, surrealistas e dadaístas. O movimento modernista foi tão forte que viajou por quase todo o mundo, e teve seu auge inclusive no Brasil com a Semana de Arte Moderna.
Características do modernismo
O modernismo é um movimento que prezava aos seus autores e artistas mais liberdade de expressão, cada um dos diferentes movimentos secundários dentro deste grande movimento tem características diferentes e as vezes até se conflitam. O cubismo e o futurismo se comunicam muito pouco, o primeiro preza por formas geométricas, o segundo tem o movimento e o futuro como inspiração. Cada um desses fragmentos possuem características únicas, e do mesmo jeito que acontece nas artes plasticas e no design, acontece também na literatura. É possível encontrar ficções futuristas, poesias e prosas que fujam do real com o surrealismo, e textos sem sentido do dadaísmo.
No Brasil
O marco do modernismo no Brasil foi a Semana de Arte Moderna (SAM), que ocorreu entre os dias 11 e 17 de fevereiro de 1922, foram apenas três dias de SAM e trabalhou diversos aspectos culturais: literatura, pintura, escultura poesia e música. Nomes ilustres como o de Mário de Andrade e Oswald de Andrade estavam entre os muitos artistas e autores modernistas brasileiros. O movimento no Brasil tinha o objetivo de criar aspectos culturais do próprio Brasil, os estilos artísticos e literários que usavam-se antes eram “importados” da Europa, e os brasileiros precisavam desenvolver sua própria cultura.
O movimento moderno no Brasil teve três gerações. A primeira queria marcar posição, por isso foi recheada de manifestos e revistas, além da SAM, alguns autores se destacam nessa geração, como Oswald, Mário de Andrade, Carlos Drummond e Guilherme de Almeida. A segunda geração esta preocupada com o homem e seu destino, foi muito rica para a literatura, destacam-se os autores Jorge Amado e Graciliano Ramos. A terceira geração, que também atribui-se o nome de pós-modernismo brasileiro temos nomes bem conhecidos, como o de Clarisse Lispector e Guimarães Rosa, a literatura moderna nesta fase era mais intimista e explorava mais o psicológico dos personagens, mesmo no regionalismo.
Veja abaixo alguns exemplos de textos modernistas.
EXEMPLO 1
Erro de Português
(Oswald de Andrade)
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
EXEMPLO 2
Angústia
(Graciliano Ramos)
Lá estão novamente gritando os meus desejos. Calam-se acovardados, tornam-se inofensivos, transformam-se, correm para a vila recomposta. Um arrepio atravessa-me a espinha, inteiriça-me os dedos sobre o papel. Naturalmente são os desejos que fazem isto, mas atribuo a coisa à chuva que bate no telhado e à recordação daquela peneira ranzinza que descia do céu todos os dias.
EXEMPLO 3
Trecho de “A imitação da rosa”
(Clarisse Lispector)
Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio por isso não envaidece.