A expressão “rasgar a seda” surgiu no século XIX, de uma peça de teatro produzida por Luís Carlos Martins – teatrólogo e fundador da comédia de costumes brasileira. O enredo da peça, que não tem título, conta a história de um vendedor de tecidos que para cortejar uma senhorita foi até sua casa lhe oferecendo mercadorias, no entanto, ele não poupou elogios e adjetivos sobre a beleza da jovem.
Percebendo a situação, a moça disse: “Não rasgue a seda, que se esfiapa.”. Na verdade, ela quis dizer que os excessos de elogios poderiam fazê-la perder o interesse pelo rapaz. Pensando na figura do português ao chegar ao Brasil fica claro que a expressão realmente pode fazer sentido. Pero Vaz de Caminha, por exemplo, quando descrevia em suas cartas sobre as terras brasileiras, ele sempre fazia inúmeros elogios e valorizava a nova descoberta, ou seja, “rasgou muito a seda”.