Regra básica da sintaxe da língua portuguesa – todo verbo altera suas terminações para ajustar-se em pessoa e número ao sujeito. No entanto, os chamados verbos impessoais, que não são atribuídos a sujeito algum, de acordo com a norma culta devem ficar na 3ª pessoa do singular.
É o caso do verbo haver (no sentido de existir, ou indicando tempo) e do verbo fazer (indicando tempo). Ambos devem ficar sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
- Havia sérios problemas
- Fazia dez anos que ela não vinha a Salvador
- Deve haver sérios problemas
- Vai fazer dez anos que ela não vem a Salvador
– Note que, quando um verbo auxiliar se junta a um verbo impessoal, ele também fica no singular.
Se você já ouviu ‘haviam animais’, ‘haverão questionamentos’ – construção derivada, provavelmente, por analogia a ‘existiam animais’ e ‘existirão questionamentos’ – não hesite e opte por deixar o verbo sempre no singular, ‘havia animais’, ‘haverá questionamentos’.
– O verbo existir não é impessoal; portanto, concordará normalmente com o sujeito expresso na oração.
Exemplos:
- Existem sérios problemas
- Devem existir sérios problemas
Outros exemplos
– A regra é a mesma – evite flexionar o verbo para o plural.
- Passar de (indicando tempo): ‘passava das quatro horas’ (e não ‘passavam das quatro horas’);
- Bastar de e Chegar de: ‘basta de questionamentos’ (e não bastam de questionamentos);
- Trata-se de (em referência a uma afirmação anterior): ‘trata-se das estudantes do ensino médio’ (e não ‘tratam-se das estudantes do prefeito).